quarta-feira, 30 de julho de 2008

Maria Alzira
Você não me conhece, mas fui colega de trabalho de Vicente no MEC.
Como era impossível conviver com ele sem “virar” amigo de infância, é assim que me considero.
Seu irmão era uma pessoa muitíssimo especial, e acho desnecessário informar isso a você, não é?
Agradeço-lhe muito o envio da lembrança. Eu já a havia recebido na missa. Peguei duas e enviei uma delas para Zildamar, que estava inconsolável com a partida dele e por não poder vir a Brasília despedir-se.
Tomo a liberdade de lhe encaminhar, abaixo, uma mensagem que mandei para Mércia.
Uma mistura de Fernando Pessoa e Santo Agostinho que, espero, conforte vocês.
Maria Cândida

A Morte não é nada – Santo Agostinho

A morte não é nada,
Eu somente passei para o outro lado do caminho.
Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês, continuarei sendo.
Me dêem o nome que vocês sempre me deram.
Falem comigo o que vocês sempre falaram.
Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas,
Eu estou vivendo no mundo criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriem, pensem em mim. Rezem por mim.
Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra ou de tristeza.
A vida significa tudo que ela sempre significou.
O fio não foi cortado.
Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vidas?
Eu não estou longe, apenas do outro lado do caminho...
Você aí que ficou, siga em frente!
A vida continuará, linda e bela como sempre foi.
Na verdade, ao morrermos nascemos para a vida eterna.

Fernando Pessoa:

“A morte é uma curva na estrada.
Morrer é só não ser visto."

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