quarta-feira, 30 de julho de 2008


Hélène e Christine,

Agradeço pela amizade e ternura com que acalantaram nossos corações com suas palavras em momento tão difícil. A perda de um ente tão querido, que nos deixa saudosos, mas não nos abandona aqui.
Com certeza, Vicente rompeu barreiras e fronteiras com a sua alegria e o seu desprendimento. Animou nossos corações. Mesmo distante, estava sempre presente. Lembrando de nós. Cuidando. Personificando-se sempre que precisávamos. Uniu-nos. Deu-nos de presente a nós mesmos. Na família, representava unidade. No Brasil, Miguel, Bete, Mércia, Fátimas e todos os demais, novos laços de amizade entre gerações. Na França, vocês, Anne, Jaen Claude, Christine, conquista de irmãos tão distantes, com as portas sempre abertas.
Nosso amigo Cristiano agradeceu por lhe ter oportunizado a convivência com pessoa inigualável. Gustavo chorou de saudade. Eu, agradeço a cada dia ser às vezes escolhido como o filho que recebeu do Vicente o maior legado que uma pessoa poderia ter: amor; fé; confiança; carinho; orgulho; oportunidades de formação e de crescimento profissional e familiar.
Em vida, Vicente sempre esteve ao nosso lado. Na sua ausência material, consola-nos os corações, com a influência da sua vida simples, intensa e exemplar. Com seu espírito lúdico de menino. E com a sua expressão em cada amizade presenteada, como as suas e a minha.
Por tudo isso, a vida vale à pena. Com seus acertos e tropeços. Com seus ganhos e perdas. Para no final, depois da vida vivida, sortida, entedermos a dimensão e intensidade da presença em vida e em essência da passagem por nós de uma pessoa tão especial: Vicente!!!
Esteja ele com Deus, cumprindo os seus desígnios. Aprendamos nós que ficamos, com a sua feição simples e serena, a vivermos mais leves.
A passagem do Vicente entre nós não foi vã. Não terminou como um capítulo das negativas de Machado de Assis, porque se não teve filhos, semeou afeto e oportunidades entre consanguíneos ou não. Seu último capítulo é todo de afirmativas: "Eis meus amigos que cultivei. Eis meus filhos que conquistei e eduquei. Coube-me alcançar com o suor do meu rosto o suficiente para uma existência digna. Se não transmiti a qualquer criatura legado de misérias da nossa existência, deixo a todos motivos de alegria, sorriso, simpatia, amizade e amor."
Não se esqueçam de mim. Não esqueço de vocês. Sempre. Um dia, com minha família, espero abraçá-las e transferir-lhes tudo que sinto num gesto de um longo e caloroso abraço.
Beijos.

Marcello Terto e Silva
27/jun/2008

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